
SE A PELE É FRONTEIRA, O CORPO É TERRITÓRIO
Proposta para um corpo de diálogos em português, em espanhol e em silêncio
O projeto se a pele é fronteira, o corpo é território procura o desenvolvimento de uma série de laboratórios, com epicentro na Escola Básica de Vila Boim e com orientação do Plano Nacional das Artes e apoio da organização dos Estados Iberoamericanos, para explorar a dimensão filosófica, física e cultural das fronteiras, com toda a comunidade escolar. O trabalho a que o UMCOLETIVO se propõe pretende justapor indivíduo e território, intimidade e cidadania, assumindo que o corpo transforma a paisagem como a paisagem transforma o corpo e, por isso, estabelecendo uma metáfora entre a pele e a fronteira.
A pele sempre foi utilizada como uma metáfora para a ideia de fronteira pela sua condição de limite e pela sua porosidade; mas também é uma superfície a ser desenhada, é o lugar onde se incorpora uma narrativa cultural e biográfica: as tatuagens e maquilhagem são disso exemplos.
A cultura e as suas inúmeras manifestações convertem as fronteiras em lugares de exploração e de diluição da dicotomia eu/outro - territórios onde a descoberta de mim e dos outros, ou do mundo, se torna um lugar de conhecimento, mas também de reconhecimento da diferença e da distância. Neste sentido, privilegia-se a circulação de artistas e objetos artísticos com uma relação com as línguas portuguesas e espanholas, nas suas mais diversas expressões culturais. Como objetivos secundários, destacam-se a ideia de trabalhar preconceitos em relação às outras culturas (e às culturas dos outros), nomeadamente, a cultura cigana, bem como a vontade de pensar a identidade transfronteiriça ou raiana, procurando esbater a pele/a fronteira/os limites.
Apoios

ATIVIDADES e PROJETOS
REPRESENTAR O INVISÍVEL
Laboratório em que se trabalha a partir da ideia de representação do invisível. A pele e a fronteira podem ser sinónimos. Com uma turma piloto, fotografa-se muito aproximadamente secções da cara. Em visitas em campo, recolhem-se materiais da zona fronteiriça para recriar em caixas de ensaio as paisagens do corpo.
A oficina deve ser feita por todos os alunos da escola e resultar numa exposição em lugar a definir, para toda a comunidade transfronteiriça.
(Referência: DENIS PIEL - FACESCAPES)
// Destinatários: Turmas do 7º, 8º e 9º anos, num total de 3 aulas por turma.



CLUBES DAS ARTES
Desenvolvimento, ao longo do ano, de projetos com grupos de alunos interessados, em que esta temática é trabalhada no contexto de áreas artísticas mais específicas, com o objetivo maior de que o processo possa aportar questões significativas para os alunos, mas também que se construam objetos artísticos, nomeadamente, uma performance/espetáculo de teatro e uma série fotográfica.
O CORPO QUE FAZ: oficina de teatro ministrada por Cátia Terrinca
O CORPO QUE VÊ: oficina de cinema ministrada por João P. Nunes

MONÓLOGOS
Convite a artistas a improvisar sem palavra ou língua definida, durante períodos de 20 min, aos quais se seguem conversas com a comunidade escolar. Os MONÓLOGOS têm como objetivo ampliar a noção de comunicação, através do abraço a áreas artísticas como dança contemporânea, improvisação vocal, mimo abstrato, clown, entre outras, para as quais se convocam artistas de língua portuguesa e de língua espanhola, com a frequência de 1 apresentação mensal.
20 de Abril - Juanillo Abalon, Palhaço Argentino
11 de Maio - Herlandson Duarte, Ator e Mágico Caboverdiano
8 de Junho - Bárbara Faustino, Bailarina Brasileira




COMPASSOS
Realização de showcases musicais com duração total de 45 minutos, incluindo conversa, para os quais se convidam músicos que possam emprestar à sua performance uma dimensão cultural que coloque a comunidade escolar perante as questões pertinentes ao projeto.
13 Abril - Mariana Bragada (música portuguesa)
18 Maio - Rita Couto (música contemporânea de moçambique)
15 Junho - Candy Diaz (fusão)



RODA DE CONTO
Organização de sessões de contos na biblioteca, focadas em autores de língua portuguesa e de língua espanhola. Durante as sessões, com a periodicidade de uma por mês, focamo-nos na escuta e na possibilidade de desenhar e representar a pele das personagens e o território em que ação se passa.
Autores a ler:
Ondjaki (Angola), com OMBELA
Rita Carelli (Brasil), com Minha família Enauenê-nauê
Almudena Grandes (Espanha), com Sete Mulheres