Cartas

Cartas

6 de Novembro de 2017 (ante-estreia), Festival Mindelact – Mindelo, Cabo Verde
9 de Março de 2018 (estreia) – FITA – Festival Internacional de Teatro do Alentejo, Elvas

Mindelo, 6 de Novembro de 2017

Escrevo-te, já no palco, sem luz, Maria Helena.
Tentando adivinhar se, por um acaso, é possível ou não encontrar-te na penumbra.
Aqui, onde te espero, a sombra guarda os meus olhos.
Ilumino-me como farei contigo, de mulher para mulher.
Que me tragas a luz.
De igual para igual.
Esta carta, escrita em cena, precipitou um início de correspondência que agora é chão.
Recordo Pirandello – como as suas personagens o procuram, assim vou eu, atriz, na senda da Maria Helena – resgatando-a da história (para a História, quem sabe).

Cátia Terrinca

Sinopse


Si sabes pintar tu tierra,
Oye, tu tierra, si has de pintar tu cielo
como el sol que tuesta blancos,
como el sol que suda negros,
aunque la Virgen sea blanca,
píntame angelitos negros.

CARTAS é a recordação efémera de um homem e uma mulher, na correspondência trocada entre eles.

Parte-se, num processo simultâneo de criação e de memória, das cartas que Amílcar Cabral e Maria Helena, sua primeira mulher, trocaram – inevitavelmente fragmenta-se o espaço, a voz e a caligrafia.

O espólio, que serve de base a esta criação, refere-se às cartas que Maria Helena escreveu a Amílcar Cabral entre 1946 e 1960. Muitas  perderam-se nas viagens, na fuga, na luta  e no esquecimento. O que surge em cena são as lacunas, os espaços entre o desfoque e a nitidez, o movimento da memória em direção ao corpo.

Ela escreve-lhe: “Eu tinha saudades de uma carta. Eu tenho saudades suas, acabou-se a tinta da caneta e aqui só há desta.”​

Nota: Este processo de trabalho realizou Residência Artística na cidade do Mindelo, em Cabo Verde, com o apoio do Centro Cultural Português e da ALAIM a convite do Festival Mindelact, entre Outubro e Novembro de 2017. A primeira versão foi apresentada em antestreia a 6 de Novembro de 2017, no Festival Mindelact, em coprodução com o Grupo de Teatro do Centro Cultural Português – Pólo do Mindelo.

Ficha Técnica e Artística


Direção Artística – João Branco e Cátia Terrinca
Criação – Coletiva
Dramaturgia – Celeste Fortes e Sofia Berberan
Cenografia e Figurinos – Ricardo Guerreiro Campos
Confeção de Figurinos – Joana Leal
Interpretação – Cátia Terrinca
Sonoplastia – Mariana Bragada / Meta
Vídeo – Ângelo Lopes
Desenho de luz – João P. Nunes
Fotografia – Sofia Berberan
Produção – Márcia Conceição e Sofia Berberan
Co-produção – GTCCPM – Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo

#12 PROJETO UMCOLETIVO

Folha de Sala


Textos – Cátia Terrinca e Celeste Fortes
Design – Oficina de Utopias
Fotografias – Sofia Berberan

Apoios


DGArtes, Oficina de Utopias, Rádio Elvas e Raiz di Polon